sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sexta à noite.

Olho lá em baixo, a cidade está fervendo. Toda sexta-feira é igual, mais carros nas ruas anunciam o desejo de pessoas que se procuram, se perdem, se encontram, se perdem... Eu aqui, do vigésimo primeiro andar ainda olhando os carros, pensando nas pessoas, pensando em procurar e me perder. O vento que agora já não é mais tão abafado vem com prenúncio de chuva, ainda sim penso em me perder.

Faz tempo que não tenho desejo de me vestir e sair pro mundo ao encontro do inesperado, vivendo o que é trazido sem questionamentos, apenas vivendo. A chuva já começou, será que vai parar? Que horas vai parar?

O medo de ficar esquecida na sexta a feira à noite quase me leva a atos desesperados em que acabo ligando pra qualquer pessoa que me dê a falsa ilusão de que não estou só. Mas que bobagem, não tenho telefone, não tenho agenda, não tenho ninguém me esperando ou desejando minha presença. Estou só.

Caso algum visitante meu tenha uma fórmula para dias chuvosos de solidão, contem-me. Hoje só penso em dormir.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mais importante que a forma é o conteúdo.

A idéia deste novo blog, mesmo seu endereço, já existem a um certo tempo.E então por que ainda não havia o colocado no ar? Bom, precisava de uma forma que me agradasse. Queria uma forma para ele que de pudesse refletir parte de minha forma atual. Só que minhas buscas não foram bem sucedidas, nada me agradava, não consigo encontrar nada que possa me traduzir em cores, formas, nada que me agrade.

Por outro lado, tenho tido extremo prazer no gosto que possuem as palavras. Tenho experimentado um monte delas e para cada uma sinto um desejo de escrever um texto inteiro para. Dia desses saquei meu caderninho bombril (1001 utilidades) da gaveta e fiquei escrevendo sobre os gostos da palavra "desejo". Como o sabor do primeiro morango da estação, vermelho, doce, bem suculento, que um mês antes já aguça o paladar, faz salivar mesmo. Ou do sabor da pele lisa, levemente arrepiada, com cheiro doce atrás da nuca e respiração leve como a sua. Ou do sal do mar gelado na primeira praia depois do inverno. Tão fácil quanto desejar é sentir o gosto de tudo isso apenas nesta palavra. E para cada uma surge um universo de outras tantas, todas louquinhas pra tomar vida.

É disto que se trata "Extraits de mon Âme". São de excertos dos meus diários, dos meus rabiscos em folhas e cadernos, dos meus rascunhos que faço de vida. Outro dia havia me prometido que deveria revolucionar em meu primeiro texto e não recorrer à tão _____ introdução a que a maioria dos livros se propõe ao começar. Mas o que seria de minha obra sem uma pretenciosa apresentação?

Esta porém se presta a ser mais módica. O que lerão nos dias seguintes serão textos bastantes prolixos, de uma mente muito confusa de uma pessoa muito sincera e com poucos filtros morais. Por favor, não me entendam mal e esperem um blog de contos eróticos, fantasias tridimensionais, nada parecido.

Então caros visitantes, por favor desconsiderem a casa desarrumada e entrem e fiquem à vontade, porque mais importante que ter uma bela casa é ter bons amigos para compartilhar espaços, e mais importante que a forma é o conteúdo.